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A passagem da Coluna Prestes em Piancó

Em 9 de fevereiro de 1926, há exatos 86 anos, a Coluna Prestes em marcha por um país melhor e mais livre, passava por Piancó. 

A passagem deveria ser tranquila, mas em virtude de acontecimentos até hoje não esclarecidos, encontraram um piquete de resistência liderado pelo Padre Aristides Ferreira da Cruz, chefe político local.

Foi então uma carnificina o que se viu a seguir. Como a cidade dispunha de poucos praças para defendê-la , e a Coluna com um regimento inteiro, foi um massacre com grandes proporções. O Padre resistiu mas não não houve condição de vencer os homens do Cavaleiro da Esperança, como era chamado Luís Carlos Prestes. 

Todos que estavam ao lado do padre foram assassinados com requintes de crueldade.
O único que escapou foi Pedro Inácio Liberalino, que milagrosamente conseguiu fugir.

A cidade também foi vítima da sanha dos rebeldes da Coluna, casas destruídas e incendiadas. A população fugiu apenas com a roupa do corpo. A única pessoa a ficar foi Antonia César, minha tataravó que na época era conhecida por "Antonia Temista". Uma mulher forte, que intercedeu para que o corpo do Padre, já muito barbarizado, não fosse incendiado pelos homens de Prestes.

Enfim, apesar de trágico, um fato memorável para a história da Província. Daria até um filme nos moldes de Gláuber Rocha. Agora infelizmente o descaso que toma parte na história atual de Piancó não permite sequer uma banda de música para tocar uma alvorada em comemoração ao dia. O monumento erguido em homenagem aos Mártires está abandonado, retratando bem o quanto se importam os detentores do Poder Público, que de público não tem nada.

Aurea Cristina Barros Xavier

INCLUSÃO SOCIAL

                                               
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